O aprimoramento do espírito empreendedor tem sido colocado, no Brasil e em diversos países do mundo, como prioridade nas agendas e debates políticos, econômicos e acadêmicos, uma vez que é comprovada a influência que o mesmo exerce no desenvolvimento social e econômico de uma nação. Por seu turno, a educação empreendedora é vista como uma das formas mais eficientes de se criar e divulgar a cultura empreendedora e a formação de novos empreendedores.
De igual modo, o interesse pela aprendizagem e educação empreendedoras cresceu significativamente nos últimos anos e várias razões são apontadas para isso: 1) a constatação de que a formação empreendedora contribui para o surgimento de novas empresas; 2) para a criação de novos postos de trabalho e 3) para o desenvolvimento da inovação nas organizações em geral.
Tamanho crescimento e interesse pode, sim, estimular o engajamento e a inovação de formas de pensar sobre a atividade empreendedora e sua influência nesse processo evolutivo, proporcionando novas formas de criação e disseminação do conhecimento, sendo os espaços educativos (universidades, faculdades e escolas) ambientes propícios para a criação de uma cultura empreendedora, pois contribuem para o desenvolvimento da cultura empreendedora por meio de uma educação empreendedora – que incentiva tanto professores quanto alunos a despertarem dentro de si o espírito empreendedor e a explorarem o espaço potencial para o empreendedorismo, transformando realidades por meio dos empreendimentos que podem desenvolver economicamente e socialmente um país e uma sociedade.
É importante também destacar aqui o sujeito empreendedor (indivíduo que desenvolve algo inovador, tem iniciativa, capacidade de organizar e reorganizar mecanismos sociais e econômicos a fim de transformar recursos e situações para proveito prático e aceita o risco ou o fracasso de suas ações). Este deve ser preparado para a ação, o que implica particularidades no sistema de ensino voltado à ação empreendedora.
Na formação tradicional, há a transferência de saberes, em especial o saber fazer (know-how); no que diz respeito à formação empreendedora (a qual evoca novas formas de aprendizado e novas formas de relacionamento), deve-se buscar desenvolver o saber ser, o saber tornar-se e o saber passar à ação. Essas diferenças e especificidades da educação empreendedora em relação à educação tradicional têm levado à criação de novas práticas e modelos pedagógicos que permitem o desenvolvimento de habilidades e competências próprias do empreendedor.
Portanto, para se desenvolver ou potencializar essas características do comportamento empreendedor, é importante uma nova forma de educação, diferente da tradicional, com novos pressupostos e práticas didático-pedagógicas. Para além de uma “educação em empreendedorismo” ou uma “educação para o empreendedorismo” é necessário desenvolver uma “educação empreendedora” de fato, em que haja uma abordagem revolucionária de aprendizagem, que desenvolva o indivíduo empreendedor e, como consequência, provoque mudança na ordem social.
Esse resultado pode ser possível, uma vez que essa nova abordagem é voltada não apenas ao aluno que tem a intenção de abrir a própria empresa como empreendedor individual, mas a todos os futuros profissionais, de diferentes áreas, que desempenham suas atividades e profissões – de modo individual ou dentro de organizações – com valores, atitudes e comportamentos empreendedores, pois é passível de inferência a premissa de que a educação não é apenas geradora de aprendizagem para se empreender, mas, sobretudo, para o pensamento criativo, para a geração de inovações e para o crescimento do senso de autoestima e de responsabilidade, características estas pertinentes a quaisquer carreiras.
Sucesso a todos!
Saulo Novaes