In media res, inicio este artigo com a seguinte pergunta: Seria utópico considerar o trabalho algo gratificante?

Essa pergunta foi feita por Sidnei Oliveira, no livro GERAÇÃO Y: SER POTENCIAL OU SER TALENTO – FAÇA POR MERECER, no qual o especialista dialoga com os jovens dessa geração (millennials), discutindo o potencial destes, além de solucionar dúvidas sobre temas como comprometimento, foco, resultados, motivação e a importância de o jovem fazer sua carreira dentro das organizações.

Para o autor, o tempo presente mostra pessoas insatisfeitas com sua profissão, buscando compensações e benefícios que tornem o trabalho suportável e projetanto a felicidade em algum momento no futuro, mesmo que seja no fim da carreira como profissional.

Por outo lado, na dinâmica do mercado de trabalho atual, não há mais barreiras entre aquilo que é “pessoal” e o que é “profissional”. Emails são respondidos durante festas, negócios são fechados em caminhadas no parque e relatórios são elaborados na cama enquanto se assiste ao filme predileto. O trabalho invadiu a vida privada, ao passo que muitos profissionais buscam empregos em que possam aliar sua vida em família com atividades flexíveis e informais, sem deixar de lado o autodesenvolvimento e desafios constantes.

Nesse contexto de remodelagem da carreira profissional e níveis hierárquicos cada vez menores, surge a Geração Y, profissionais impacientes, conectados e inovadores, nascidos entre 1980 e 1999, cuja participação no mercado de trabalho já atinge a marca dos 45% no Brasil, e que iniciam uma silenciosa transformação no ambiente organizacional.

Para esta jovem liderança, os esforços e expectativas de desenvolvimento pessoal baseados em desafios e projetos devem ser alargados em experiências que vão além de uma carreira estática (os millennials não são adeptos a uma única profissão). Eles têm consciência de que a profissão ou o emprego atual são um meio para algo muito mais pleno do que a carreira profissional. Segundo Sidnei Oliveira, as expectativas da Geração Y sobre títulos e cargos já não fazem tanto sentido; os jovens profissionais de hoje querem desafios e uma vida profissional com propósitos.

Pesquisando a atitude profissional de milhares de jovens da Geração Y, o autor do livro identificou alguns padrões que ajudam a classificar o comportamento desses jovens e que podem estabelecer referências para as estratégias adotadas pelos millennials no início da sua carreira profissional.

OPERACIONAL: esse primeiro comportamento tem a ver com a atitude assumida diante dos desafios do trabalho escolhido. Alguns profissionais estabelecem uma relação monetária com seus empregos, cumprindo suas obrigações com disciplina e atingindo metas. Se forem eficientes, serão promovidas, ganharão prêmios e receberão reconhecimento por seu desempenho. No entanto, o profissional operacional tem motivações desconectadas dos objetos das organizações, pois acreditam que o emprego é apenas um meio para alcançar o padrão de vida projetado. Como consequência disso, esses profissionais estão mais expostos às influências externas, levando em conta sempre a relação custo x benefício (eles se alinham à organização onde trabalham a partir do salário e do pacote de benefícios em jogo). São a maioria dos colaboradores nas corporações e estão sujeitos a processos e disciplinas rígidas, além de ações motivacionais com vistas a uma maior produtividade.

POTENCIAL: o profissional potencial é aquele que alinha perpectivas pessoais (fatores internos) e perspectivas públicas (fatores observáveis, principalmente pelos gestores). Com relação às primeiras, o profissional potencial lança mão do autoconhecimento necessário para traçar um plano de carreira (a metodologia do COACHING pode auxiliar nessa etapa), elenca objetivos pessoais (alinhados com os objetivos das atividades exercidas) e tem foco e perseverança suficientes para atingir suas metas estabelecidas. No plano das perspectivas públicas, o profissional potencial tem a motivação necessária para executar as ações e desafios inerentes à função ou atividade pretendida (as atitudes no ambiente de trabalho balizam o grau de envolvimento e comprometimento do trabalhador com os objetos da organização) , seu desempenho é medido pela eficiência e eficácia com que realiza suas atividades (as evidências são os resultados obtidos) e tem a qualificação teórico-prática requisitada em tempos de profissionais do conhecimento.

TALENTO: profissionais talento são aqueles que possuem uma insatisfação interna com seu próprio desempenho, tornando-se extremamente exigentes consigo quando acreditam não estar caminhando na direção de suas escolhas. São autônomos, porém não dispensam a figura do mentor. Além disso, estão sempre abertos a expor suas habilidades, considerando cada falha uma oportunidade de melhoria, procurando se desenvolver constantemente, na rota de grandes desafios.

Os três comportamentos estão presentes na trajetória profissional de cada jovem, pois todos têm elementos pessoais para posicionar-se em qualquer uma delas. O principal fator está na estratégia adotada e nos objetivos pretendidos.

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