Muitos me perguntam o motivo pelo qual me tornei COACH, como é o processo de COACHING e o que isso tem impactado na minha vida. Seguem, então, as respostas.
Tudo começa com meu nascimento (e não poderia deixar de ser!!). Nasci com uma doença congênita chamada SÍNDROME DO PÉ TORTO, doença esta marcada por uma deformidade envolvendo ossos, músculos, tendões e vasos sanguíneos. Os pés são pequenos e se voltam para dentro, apresentando ainda calcanhar elevado. Crianças que apresentam esse tipo de deformidade levam consigo algumas sequelas para a vida futura, mas nada que impeça a prática de atividades cotidianas (desde que o tratamento se inicie logo após o nascimento).
Após “curado”, meu pai teve influência direta no que eu sou hoje: em virtude do seu desconhecimento da doença, bem como das implicações da mesma, ele fazia questão de me carimbar o rótulo de impotente. Ora, diria meu pai, “você NÃO pode andar de bicicleta!”, e eu adorava andar de bicicleta! “Você NÃO pode jogar bola!”, e qual garoto não adoraria ser um jogador de futebol?
O que fica claro é que, ele, meu pai, na ânsia da sua superproteção, ia tolhendo sonhos de criança com excessivos NÃOS e medos infundados. No entanto, a negatividade dele me fortalecia e me enchia de combustível para superar os desafios físicos em favor do sonho de correr atrás de uma bola ou simplesmente montar em uma bicicleta.
Passada essa fase, em que eu melava meus pés de barro em campos maltratados de areia, percebi que o jogar bola não era meu forte. Foi aí que entrou o COACHING na jogada!
Costumeiramente, os amigos de bairro elaboravam campeonatos cuja regra era arregimentar crianças mais novas (dentes de leite) e montar equipes para disputa. Nesse instante surge o eu TREINADOR. O COACH é o cara da estratégia, é aquele que lê o adversário e monta seu jogo, visando à vitória, visando aos objetivos pretendidos. O estudo das competências do meu time, bem como o delineamento do perfil adversário me animavam. Sendo assim, o processo de COACHING, insconscientemente, fazia parte do meu jogo da vida.
Por não ter orientação dos pais, nem da escola, aliado a motivos financeiros, parti para um outro caminho. Surgiu a nobre arte da docência e a aptidão para conduzir as pessoas do estágio do não saber até o vislumbrar de múltiplas possibilidades. Depois veio a Administração e o estudo das organizações, redutos pulsantes de gente, culturas, formatos e objetivos.
E dirá alguém: “campos de estudo muito diferentes”. Em princípio, o pensamento foi justamente esse. Acreditei que tinha feito escolhas equivocadas, e com elas viriam as frustrações advindas de um processo equivocado de escolha profissional. Lecionei por quase dez anos na educação pública; virei servidor federal. Mas faltava algo.
Até que resolvi chutar o balde. Assim como na infância, momento em que fui na contramão dos conselhos “certos” do meu pai, decidi seguir minha intuição. Larguei, então, a função de professor na rede estadual, pois descobri a metodologia do COACHING e suas virtudes. Percebi que poderia ajudar muitas pessoas, de forma pragmática e objetiva, a encontrar suas múltiplas possibilidades, e, ao mesmo tempo, ampliar as minhas próprias possibilidades, me desafiando constantemente na busca, em parceria, do melhor dos outros. Me dei conta de que não fiz escolhas profissionais em vão (nunca mais duvido do ditado “Deus escreve certo por linhas tortas!”). Ao passar pelo curso de formação em COACHING, epifanicamente se revelou em mim uma capacidade linguística que julgava não ter (isso explica o fato de que eu sempre queria encantar minha professora de redação com meus textos!). Como técnica para extrair do indivíduo sua máxima performance, dentro do curso de COACHING, me deparo com a PNL (Programação Neurolinguística). Daí repito para mim: “estou em casa!”, uma vez que, sendo professor de português, fica menos difícil entender os meandros da comunicação humana. Como administrador, e amante do assunto que enfoca a liderança, ser COACH me ajuda a entender como se comportam os líderes organizacionais e como estes colocam em prática seu poder de influência para que os colaboradores atinjam os objetivos pretendidos.
Hoje não me vejo fazendo outra coisa que não seja relacionado ao universo do COACHING e suas nuances. Acreditar que as pessoas podem e devem se rebelar contra os mais variados NÃOS que a vida impõe é o primeiro passo. E é nisso que acredito.
Sucesso a todos.
Saulo Novaes – Coach